Diário de viagem de um aprendiz de pinguim

Nosso querido amigo Jair manda notícias fresquinhas (ou seriam geladinhas?) de sua aventura no inverno norte-americano...

"Pra mim aqui tá de bater o queixo; não tenho a menor paixão por qualquer temperatura abaixo de 20 graus, tanto é que normalmente no nosso inverno (junho e julho em São Paulo) eu faço o inverso das aves do hemisfério norte (que migram pro Sul); eu bato asas para o Norte, vou pra Manaus (dar prejuízo para o cunhado que mora lá) e no final de junho vou para Parintins ver o "Meu boi Garantido, o maior dos Bumbás" derrotar o boi Contrário; largo o frio da nossa região pra curtir o calor, a umidade, os pernilongos (carapanãs), as baratas gigantes (cada baratão que dá medo), o risco de contrair malária, a discrepância social existente no Amazonas com uma minoria que tem tudo e uma maioria paupérrima, ignorante, promíscua e vendida. Mas deixemos pra lá isso, caso contrário vamos voltar às "faíscas........".

Essa é a maneira que encontro pra renovar as energias, ou até recarregar as baterias para aguardar o momento do nosso Encontro, que pra mim já é indispensável (mesmo tendo comparecido a um só), rever essa tchurma que sem nenhuma demagogia reacende a lamparina do tempo e nos faz viajar em pensamento para uma época dificil mas muito efervecente nas nossas paixões, nos nossos amores (todos eternos), nas amizades sinceras e quase sempre desinteressadas (principalmente com relação às MINAS), das passagens como a sua pescaria com o Paulo - Jair dirige-se ao Bosquinho -, ou a ida até a Bahia do Nei e acompanhantes e outras infindáveis que cada um carrega dentro de si, num lugar especial no fundo do coração (se é nele que ficam gravadas as memórias boas), porque se for no cérebro tenho certeza que há um nervo que faz uma ligação direta com o coração, pois todas as vezes que nos lembramos de uma passagem seja boa ou até ruim o coração acelera (também por conta da idade, do cigarro, do Whisky - não o paraguaio e outras coisas mais).

É por isso que não gosto do frio. Mesmo que o dia esteja ensolarado, com frio a impressão que fica é que dia está se torna cinzento, lúgubre (eta palavra chata!), e eu aqui nessa cidade (muito bonita por sinal, verdade seja dita), sentindo saudades das agruras do meu rincão.
Hoje, por exemplo, ja choveu e está perto dos 8 graus (celsius). Esse programa aqui eu não posso dizer que é um programa de índio, porque esse indiozinho que vos fala tá mais pra pinguim do que pra silvícola, e mais, me preocupo antecipadamente pensando no frio que me aguarda em Toronto, na próxima semana (se fosse em Miami eu estaria mais feliz).

Abraços a todos

Jair"