domingo, 22 de março de 2009

Diga não às drogas!

Já pedi aqui neste espaço para o Jair nos presentear, novamente, com um pouco das belas canções, das muitas que tem em seu infindável estoque. Aterrorizado pela safra infindável de pragas ruins que medram no cenário artístico brasileiro, recomendei ao amigo, ou aos amigos, que se dispusessem a atender ao favor solicitado que, somente trouxessem música brasileira de boa qualidade. Sei, foi uma demonstração de falta de confiança no bom gosto deles e, acima de tudo, falta de educação minha. Peço desculpas.
No esforco para que aceitem minhas escusas, apelo para um antigo texto que circulou na NET por época de, aceitem assim, uma Idade Média, Idade das Trevas, na MPB... Não que tenha ela terminado. Simplesmente, bati em retirada e refugiei-me nos recônditos da memória de tempos melhores. Esquecer o que não prestou e somente preservar o que de bom viveu-se. É assim que suportamos o passado... Espero que se divertam com o texto que tomei emprestado não sei de quem... Veríssimo já disse que não é o autor. Fui fiel ao original que recebi tempos atrás e preservei o nome do valoroso escritor. Assim segue:

"Depoimento emocionado de Luis Fernando Verissimo sobre sua experiência com as drogas:

Tudo comecou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de "experimenta" e, depois, quando você quiser e só parar... e eu fui na dele. Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de "raiz", da terra, que não fazia mal, e me apresentou um inofensivo disco de Chitãozinho e Xororó e, em seguida, um do Leanddro e Leonardo.

Achei legal, uma coisa bem brasileira. Mas a parada foi ficando pesada, o consumo cada vez mais frequente, comecei a chamar todo mundo de "amigo" e acabei comprando pela primeira vez. Lembro que cheguei na loja e pedi: Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano. Era o princípio de tudo! Logo, resolvi experimentar algo diferente e ele ofereceu um CD do Axé. Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve... Banda Eva, Cheiro de Amor, Netinho, etc. Com o tempo, meu amigo foi me oferecendo coisas piores.. o Tchan, Companhia do Pagode, Cheio de Amor... e muito mais.
Após o uso contínuo, eu já não queria saber de coisas leves; eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer os quadris como eu nunca havia mexido antes. Então, meu amigo me deu o que eu queria: um CD do Harmonia do Samba. Minha bunda passou a ser o centro de minha vida, razão do meu existir. Pensava só nessa parte do corpo, respirava por ela, vivia por ela!
Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você comeca a querer cada vez mais, mais, mais... Comecei a frequentar o submundo e correr atrás das paradas. Fui ao show e ao encontro dos grupos Karametade e Só Pra Contrariar, e até comprei a Caras que tinha o Rodriguinho na capa.
Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro. Meus polegares já não mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo. Não de outra; entrei para um grupo de pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam uma música que não dizia nada, eu e mais outros 12 infelizes dançavamos alguns passinhos ensaiados, sorríamos e fazíamos sinais combinados.
Lembro-me de um dia quando entrei nas Lojas Americanas e pedi a coletânea "Melhores do Molejo". Foi terrível! E já não pensava mais!!! Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas miseráveis e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada.
Mas, a fase negra ainda estava por vir. Cheguei ao fundo do poço, ao limiar da condição humana, quando comecei a escutar popozudas, bondes, tigres, MC Serginho, Lacraias, motinhas e tapinhas.
Comecei a ter delírio e a dizer coisas sem sentido e, quando saia à noite para as festas, pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas que queriam me mostrar o caminho das pedras... Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: Ki-Kokolexo.
Hoje, estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram a única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento esta sendo muito duro; doses cavalares de MPB, Rock Progressivo e Blues. Mas, o médico falou que eu talvez tenha de recorrer ao Jazz e, até mesmo a Mozart, Beethoven e Bach.
Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tampam a visão para as coisas boas e te oferecem drogas. Se você não reagir, vai acabar drogado alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável, distante. Vai perder as referências e definhar mentalmente.

Em vez de encher a cabeça com porcarias, pratique esportes e, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte: não ligue a TV no domingo à tarde; não entre em carros com adesivos "Fui..."; se te oferecerem um CD, procure saber se o indivíduo foi ao programa da Hebe e ou ao Domingo Legal do Gugu; mulheres gritando histericamente são outro indício. Não compre um CD que tenha mais de 6 pessoas na capa; não vá a shows em que os sujeitos façam passos ensaiados; não compre nenhum CD que tenha vendido mais de um milhão de cópias no Brasil, e... não escute nada em que o autor não consiga uma concordância verbal mínima!
DIGA NÃO ÀS DROGAS! A vida é bela! Eu sei que você consegue!"

2 comentários:

Nei Souza disse...

Um perigo! Isso é o que em nossa época chamávamos de "bad trip" com alto risco de "over". Uma viagem quase sem retorno. Junto-me ao Veríssimo (se dele for o chocante depoimento), ao Bosquinho e ao Ministério da Saúde Mental e da Cultura Real na campanha "DIGA NÃO ÀS DROGAS"

Jair disse...

Meu irmãozinho Bosquinho, esteja certo que não me passou desapercebido seu pedido, o qual aliás acho muito pertinente dada a safra de mediocridades que toma conta da música tupiniquim. Na verdade quem tem que pedir desculpas sou eu, que entrei naquela de "amanhã eu mando" e esse amanhã acabou ficando para amanhã e novamente para amanhã.
Dou a mão a palmatória em virutde do meu comodismo, principalmente porque como ja havia dito o CD "Tchurma dos Bons Tempos - Nacional - Vol.I" ja está pronto, e nada me custaria postar a suas músicas, uma a uma, para que todos possam avaliar o que esperar desse CD.
Finalizando, assumo o dito pelo irmãozinho Nei "DIGO NÃO ÀS DROGAS"