domingo, 1 de fevereiro de 2009

Ninguém é insubstituível

Nessa época de crise econômica mundial, demissões em massa, não valorização da experiência e desrespeito geral, muito interessante esse texto publicado pelo Caetano Blue Eyes no Leninha News.com. Por isso, peço licença para republicá-lo aqui, com pequena alteração em sua estrutura..

"Ouvi essa estória esses dias, contada por um profissional que conheço, e achei muito pertinente falar sobre isso. Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas,
no fundo, continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que quando sai um é só encontrar outro para por no lugar.

Na sala de reunião de uma multinacional, o CEO (não sei quem é o senhor CEO, mas acho que deve ser o chefão), nervoso, fala com sua equipe de gestores. Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um, ameaça: 'ninguém é insubstituível'.
A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio. Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada. De repente um braço se levanta e o CEO se prepara para triturar o atrevido:
- Alguma pergunta?
- Tenho sim. E o Beethoven?
- Como? - o CEO encara o gestor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substitui o Beethoven?
Silêncio. Quem substitui Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Dorival Caymmi? Garrincha? Michael Phelps? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Zico (até hoje o Fla está órfão de um Zico)? E o Pelé, quem o substituíu?
Todos esses talentos marcaram a História fazendo o que gostam e o que sabíam fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são, sim, insubstituíveis. Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa.
Está na hora de os líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar 'seus gaps'.
Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico. O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos.
Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.
Se seu gerente/coordenador ainda está focado em 'melhorar as
fraquezas' de sua equipe, corre o risco de ser aquele tipo de líder
que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por
ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo e Gisele Bündchen por ter nariz grande. E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.
Portanto, nunca esqueça...você é um talento único....com certeza ninguém te substituirá! Quando o Zacarias, dos Trapalhões, 'foi prá outra morada', ao iniciar o programa seguinte, Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim: estamos todos muitos tristes com a 'partida' de nosso irmão Zacarias... e hoje, para substituí-lo, chamamos:... (suspense)... NINGUÉM... pois nosso Zaca é insubstituível."

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